Todo investidor que busca longevidade e bons resultados no mercado financeiro deve estar atento para os acontecimentos e entender como os mesmos poderão afetar os ativos de sua carteira de investimentos. De maneira geral, um bom equilíbrio de carteira consiste em identificar o perfil de investidor, para saber o quanto o mesmo deseja estar exposto ao mercado variável, bem como das proporções que o mesmo irá destinar para renda fixa e variável, fluxo de caixa e reserva de emergência.
É fundamental que todos os investidores consigam distinguir estes pilares e entendam a importância dos mesmos para sua sobrevivência no mercado, vamos entender de uma maneira bem prática os seus significados:
Quando falo de reserva de emergência, estamos tratando de uma quantia de dinheiro que seja capaz de suprir situações emergenciais pelo período de seis meses a um ano que será multiplicado pela média mensal de gastos fixos e variáveis que a pessoa tenha, como por exemplo: Se você tem uma média mensal de R$ 4.000,00 por mês, uma quantia de dinheiro adequada para compor sua reserva de emergência será de R$ 24.000,00 a R$ 48.000,00, pois estamos nos baseando pela seguinte operação (Gastos Fixos + Variáveis x 6 ou 12 pela quantidade de meses utilizada). Sabemos que muitos investidores podem levar uma certa quantidade de tempo e, muitas vezes, chegar nesse valor é um desafio para boa parte das pessoas que conhecemos. Porém, é através do esforço contínuo no hábito de economizar e poupar que vamos atingindo estes valores. É importante destacar que a reserva de emergência será responsável por garantir a sustentação e segurança psicológica dos seus investimentos, pois ela ajudará a manter sua estabilidade emocional para lidar com os movimentos de mercado. O grande conselho é focar em produtos que ofereçam liquidez imediata, ou seja, que este valor esteja alocado em um produto ou conta corrente que possa utilizar no mesmo momento que precisar. Lembrando que a reserva de emergência somente deverá ser acionada em situações que envolvam questões de saúde, onde o mesmo esteja impossibilitado de trabalhar e gerar renda ou algumas situações emergenciais, confundir com gastos supérfluos é um grande erro que poderá custar muito tempo para atingir seus resultados.
A função do fluxo de caixa é garantir que o investidor tenha capital disponível para aproveitar oportunidades que irão surgir com o decorrer dos movimentos de mercado, as chamadas volatilidades, sabemos que o mercado é cíclico e possui várias etapas, normalmente conhecido pelos momentos de alta e de baixa (bull market e bear market, respectivamente). Logo, em certas ocasiões, algumas empresas encontrarão uma visível desvalorização em seus preços, por conta de reações de investidores, não necessariamente que seus indicadores e relatórios estejam apontando para resultados negativos, mas devido às instabilidades emocionais e efeitos manada que acabam por prejudicar a performance de muitas carteiras e abalar fatores psicológicos de muitos investidores. Um fator primordial para o desenvolvimento do investidor é que ele consiga distinguir estes fatos e saber quando um movimento é causado por especulações e quando ele ocorre devido a números prejudiciais para os próximos períodos da empresa. Ter fluxo de caixa é fazer o investidor estar preparado para aportar nessas oportunidades, buscando aumentar suas posições nas empresas que possui e buscar um preço médio melhor, visando um maior percentual de lucro, para exemplificar melhor este último tópico vamos ao seguinte exemplo: Se o investidor possui 10 cotas de ações compradas ao preço de R$ 10,00 cada e em um momento de mercado a empresa sofrer uma desvalorização para oito reais e o investidor tenha capital disponível em fluxo de caixa e entender que se trata de um bom momento para aumentar seus aportes, caso o mesmo efetue uma compra de mais 10 cotas de ações ao preço de R$ 8,00 cada, este terá um montante de 20 cotas de ações com preço médio de R$ 9,00. Portanto, quanto mais o investidor conseguir aproveitar estes momentos, mais rentabilidade ele estará buscando para sua carteira de investimentos.
Quando vamos tratar de renda fixa, o investidor deve ter em mente que esta parte de sua carteira será responsável por garantir uma estabilidade sobre seus rendimentos, os produtos mais escolhidos para compor este pilar são: CDB (Certificado de Depósito Bancário), Tesouro Direto (Selic ou IPCA), Debêntures (Investimentos em empresas), LCI e LCA (Letras de Crédito dos setores Imobiliários e do Agronegócio), CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio). Cada um destes produtos possui uma característica que o investidor deverá entender para buscar seu equilíbrio de carteira, pois mesmo em renda fixa é possível ter diversificação, tudo vai depender da capacidade de aportes e dos objetivos desejados. Cada investimento deste tipo também é constituído por cotas que podem ser adquiridas sempre que desejadas, mas é importante atentar para alguns fatores como prazo de vencimento, liquidez de resgate, rentabilidade contratada e valor mínimo de cada cota para que o planejamento possa ser feito com precisão.
Sobre renda variável é um dos maiores movimentos da bolsa de valores, responsável por atrair a grande maioria dos investidores em busca de rentabilidades para seus investimentos. É importante mencionar que a principal característica encontrada em renda variável é de que os riscos são maiores e que todas as ações devem ser tomadas com discernimento, tanto para compras de curto quanto para longo período, conhecidas como: Day Trade, para compras executadas e encerradas no mesmo dia, Swing Trade para compras acima de um dia que podem durar até meses para a venda ou o conhecido Buy and Hold, que são compras feitas sem a intenção de venda futura, onde o investidor irá manter aquelas cotas em sua carteira e ir aumentando suas posições gradativamente conforme seus aportes. A renda variável te permite escalar ótimos resultados, visto que quanto maior o tempo incidir sobre suas aplicações, maior será a probabilidade de que você tenha resultados favoráveis em suas escolhas. Podemos citar a nível de mercado brasileiro as ações, ETFs que são produtos vinculados aos principais índices da bolsa e fundos imobiliários, como principais componentes da renda variável, no mercado exterior temos BDRs que são recibos de depósitos brasileiros, o que garante o investimento em empresas estrangeiras e REITs que são semelhantes aos fundos imobiliários, mas possuem algumas particularidades. Todo investidor deve entender que ao comprar uma ação, ele estará fazendo parte da empresa, sendo sócio e que é importante manter suas posições sem procurar desfazê-las aos primeiros sinais de instabilidade. O desenvolvimento intelectual do investidor para operar no mercado variável é de fundamental importância para garantir bons desempenhos. Mencionando que o percentual escolhido em renda variável também é responsável por determinar o perfil do investidor, que pode variar desde conservador, moderado e agressivo, que vai de 25%, 50% até 75% respectivamente, definido pela vontade que o mesmo tem em expor sua carteira ao mercado.
Independente do seu perfil, é necessário que você tenha seus objetivos de rentabilidade, carteira e de aportes mensais para conseguir evoluções gradativas em seus investimentos. Conhecer e analisar estes pilares são fatores determinantes para que você consiga ter uma carteira equilibrada e saiba em quais setores deve aportar para buscar seus percentuais adequados. Todo investidor que seguir seus princípios e conseguir balancear sua carteira constantemente tem grandes possibilidades de ter boas performances e grande longevidade no mercado financeiro.